enquanto a manteiga doura a cebola: o tempo do meu sangue começar a escorrer pelo talho no dedo e a fumaça se espalhar…
sopro-a pra longe, abrindo espaço.
nem assim desce o pranto
quanta pele há entre o ar e o sangue?
quanta anestesia há num corpo por transbordar?
só sei o que não sou: não a mesma de ontem,
nem uma desconhecida.
carne irrigada, corpo arfante
mirada que faísca: estou.
viva, vibrantemente,
vivo.
